Saturday, May 07, 2016

Para explicar o mundo



Para Explicar o Mundo – Steven Weinberg

Para Explicar o Mundo – Nesta envolvente história da ciência, o prêmio Nobel Steven Weinberg conduz o leitor através de séculos de grandes descobertas, da Grécia Antiga à Bagdá medieval, da Academia de Platão ao Museu de Alexandria e à Royal Society of London.
Os cientistas da Antiguidade e da Idade Média não apenas desconheciam o que sabemos hoje sobre o mundo – eles não sabiam o que era preciso conhecer, ou mesmo como descobri-lo.
Ao longo dos séculos, porém, na luta para resolver mistérios como o movimento dos planetas ou a alta das marés, a ciência moderna encontrou espaço para emergir. Essa é a história que figura no centro deste livro memorável.
Aristóteles, Descartes, Kepler, Copérnico, Galileu e Isaac Newton são alguns dos protagonistas deste enredo armado com leveza e humor – sem a menor cerimônia, o autor faz um acerto de contas com as contribuições de cada um deles.
Por que o modelo coperniciano, segundo o qual os planetas giram em torno do Sol, prevaleceu sobre a noção anterior, que considerava a Terra como o centro do Universo? As evidências empíricas dessa afirmação demorariam setenta anos para vir à tona – mas a teoria de Copérnico era mais simples e elegante.
Os atritos duradouros entre as esferas rivais da religião, tecnologia, poesia, matemática e filosofia ocupam lugar de destaque. Uma história da ciência digna do nome não é apenas uma história de cientistas e ideias, mas um relato das condições para o surgimento de um novo campo do conhecimento.
Weinberg demonstra de forma primorosa como a emergência do moderno método científico, entendido como um modo de interrogar o mundo em busca de explicações bem fundamentadas e confiáveis, é em si uma descoberta.
Para explicar o mundo retraça esse processo com alento e precisão inéditos – assim como o impacto imensurável dessa busca sobre o conhecimento humano.
“Este livro transforma o metal de uma mera história da ciência em ouro puro – uma magistral celebração da extensa, heroica e ainda incompleta luta para entender a natureza. Apenas um cientista com o envolvimento, o brilho, a experiência e o fôlego de Steven Weinberg seria capaz desse empreendimento.” – Ian McEwan
“Steven Weinberg, um dos maiores físicos da atualidade, recria de forma brilhante o amadurecimento científico da humanidade. Cheio de frescor e lirismo, Para explicar o mundo é uma celebração do ímpeto irrefreável da humanidade pelo conhecimento.” -Brian Greene


O que é vida? – Erwin Schrodinger



O que é vida? – Este é um clássico da literatura científica. Schrödinger, Prêmio Nobel de Física, se aventura por uma área que lhe é, à primeira vista, alheia: a explicação da vida como fenômeno empírico. Seu estudo, entretanto, é muito mais que uma contribuição exótica de um físico à biologia, ou à filosofia da biologia: suas teses obtiveram repercussão duradoura sobre gerações de pesquisadores e abriram campos de pesquisa até hoje trilhados.

O Valor da ciência, Henri Poincaré



Ainda em vida, Henri Poincaré foi considerado por Bertrand Russell, seu contemporâneo, como "a maior figura produzida pela França nos tempos modernos". Não havia exagero nisso, mas apenas reconhecimento de que estava ali um dos raros universalistas da história de ciência, talvez mesmo o último deles. Matemático por formação e vocação, Poincaré manejava com gênio, como Gauss o fizera, todos os ramos de sua disciplina, em forma pura ou aplicada. Engenheiro, astrônomo e físico, esteve entre os melhores de sua época. Humanista, filósofo e poliglota, destacou-se como um estilista da sua língua, expondo suas ideias com tal brilho, elegância e clareza que terminou acolhido na Academia Francesa.

    Data do início do século sua preocupação específica com a divulgação da ciência, da qual resultou uma série de quatro livros de ensaios, logo traduzidos para todas as línguas e hoje alçados à condição de clássicos. Sobre sua importância, basta lembrar o que Abraham Pais, biógrafo de Einstein, escreveu: "Antes de formular a teoria da relatividade, Einstein e seus amigos [da Akademie Olympia] fizeram muito mais do que passar os olhos pelos escritos de Poincaré. Solovine nos deixou uma lista detalhada dos livros que os membros da Akademie leram em conjunto. Destes, destacou um, e apenas um, ‘A ciência e a hipótese’, com o seguinte comentário: ‘Poincaré nos impressionou profundamente e nos deixou sem respiração durante semanas e semanas’."

    "O valor da ciência" desdobra e aperfeiçoa as ideias fundamentais esboçadas em "A ciência e a hipótese". Na primeira parte do livro, Poincaré discute a psicologia da invenção matemática, ressaltando a necessária interação da análise lógica e da intuição. Depois, num de seus ensaios precursores da teoria da relatividade, discute que convenções estão presentes na medida do tempo, demonstrando que não há simultaneidade absoluta. Passa em seguida para a noção de espaço, introduzindo o conceito de corte, questionando a tridimensionalidade e imaginando a possibilidade de uma quarta dimensão.

    O quadro das ciências físicas ocupa a segunda parte do livro. Poincaré estuda o benefício recíproco da análise e da física e, em seguida, num capítulo dedicado à astronomia, dá uma imagem poderosa, encantadora e otimista de toda a ciência. Depois, em três ensaios concatenados, enfoca a física matemática – sua história, sua crise e seu futuro. Brilha então, com toda a força, o gênio visionário do autor. Ele chama atenção para as modificações trazidas por Lorentz, então recentes, nos conceitos de duração, distância e massa; antecipa que o estudo das raias dos espectros de emissão (efeito Zeeman) traria enormes surpresas teóricas; finalmente, anuncia duas inovações radicais, a seu ver necessárias: a substituição de diferenciais por leis estatísticas e o advento de uma nova mecânica, na qual, "crescendo a inércia com a velocidade, a velocidade da luz se tornará um limite intransponível".

    São textos que nos tiram o fôlego, ao percebermos que estamos vendo a invenção do programa da nova física do século XX.

                        César Benjamin.